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martes, 3 de mayo de 2011

A importância de dizer adeus

Leio frequentemente o site "www.ThirdAge.com". E hoje li um artigo chamado "como planejar o resto de sua vida". Por mais mórbido que possa parecer, na verdade, enquanto estamos vivos, não percebemos detalhes que deveriam estar na nossa lista de prioridades, e que são muito difíceis de administrar quando ficamos doentes ou morremos.

E se bem eu não estou planejando neste momento o resto da minha vida, estou em um processo de encerramento de etapas que me fez pensar na importância de terminar bem as coisas antes de partir. Porque, nos prepararmos para o resto de nossas vidas, ou para nossa morte, não deixa de ser nos ocuparmos de dar um bom fechamento às nossas vidas. Um dos itens que a revista eletrônica disse ser importante é a elaboração de memórias, o inclui cartas e vídeos que queiramos deixar para as pessoas importantes pra gente, dizendo agora o que sentimos e que, por uma razão ou por outra, poderemos não ter a oportunidade de dizer quando seja chegada nossa hora.

Agora eu estou passando por um processo de morte: estou mudando de país. Uma etapa chega ao fim e outra está por começar. E independentemente de eu acreditar se há vida após a morte ou não, o fim da vida nada mais é do que um término de uma etapa. E nos encarregarmos disso ainda em vida é um gesto de amor por nossos seres queridos.

Felizmente, este processo de morte que eu estou atravessando está me permitindo o tempo necessário para dizer às pessoas que não me acompanharão fisicamente nesta nova etapa, mas que me acompanharam por algum tempo em minha vida, o quanto foi importante para mim tê-las por perto, e porque. Estou tendo tempo de agradecer-lhes por tudo que elas foram e fizeram por mim. Tenho tempo para fechar contas, esclarecer pontos. E ao fazer isso desejo não somente tornar-me eterna em suas lembranças como dizer à elas que, de alguma forma, elas também estarão imortalizadas na minha.

Não necessariamente as relações que estou deixando pra trás terminarão. Na verdade, tenho certeza que muitas delas serão fortalecidas. Mas elas também entrarão numa nova fase: não continuarão as mesmas. Poderão ser melhores, piores, mas mudarão, porque a vida vai mudar, os cenários vão mudar, o tempo que compartilharemos será outro, e nossas prioridades também. Então, por que não fazer um fechamento? Não do relacionamento, mas da fase vivida até aqui, para que outra fase possa começar. Por que não dizer: "tudo que vivemos até aqui foi ótimo e eu estou pronta para que entremos em uma nova etapa nas nossas relações"?

Uma partida nunca é sem dor, seja de um emprego, de um apartamento, da casa dos pais, de um país, da infância, da juventude... ainda que estejamos abandonando algo que não queremos mais, o familiar sempre deixa saudades. Mas a própria vida é uma constante mudança. Não mudar significa desejar a morte, porque só ela é eterna, só ela é a ausência de mudanças. Cada nova etapa é, ao mesmo tempo, morte e renascimento. Portanto, se a mudança é inevitável, melhor não fugir: encerremos etapas atravessando as transições e transformações, e desejando o melhor para o que está por vir, lembrando sempre que a maneira como terminarão as coisas depende essencialmente da gente. Ninguém constrói um bom relacionamento ou o arruina sozinho: o trabalho é sempre a dois. Mas se ambos estão comprometidos e têm o objetivo maior de fazer funcionar, sempre se encontrará uma maneira, seja aqui, lá, ou em qualquer lugar.

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