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martes, 12 de octubre de 2010

Cinema para que?

Adoro ir ao cinema. Ver um filme é, para mim, um momento único. Mas não entendo ir ao cinema para ver um filme que tenha um final infeliz ou muito realista. Alguem vai ao cinema para ver algo que seja realista? Acho que de realista basta a vida, com tanta dor, perda, frustração, violência, finais infelizes. Tudo bem, nem todo filme tem que ser "água com açúcar", comédia romântica açucarada. Isso eu entendo, também me entedia. Gosto de ação, de ficção cientifica, de filme de suspense ou terror. E não precisam ter finais felizes necessariamente, desde que a história se dê em um contexto muito distante da realidade da vida cotidiana (por exemplo, que a Terra seja destruida por desastres naturais em 2012, como previu o calendario Maya). Mas se o que o filme conta poderia ser parte da realidade de qualquer um, pelo menos que tenha um final feliz. Ou inteligente. Ou que o final me deixe em dúvida se foi feliz ou não. Ou que seja um final em aberto para que cada um "decida" como termina. Mas que não me mostre a vida dura e crua, sem opção melhor para resolver a história.

Aonde quero chegar com tudo isso? Acabo de ver o filme "Buried", em espanhol, "Enterrado", com Ryan Reynolds. A historia é boa, posso dizer que é muito original. Realista, relata uma situação que não somente poderia acontecer com qualquer um, como é possível que esteja acontecendo com alquem nesse exato momento, em outras partes do mundo. Até aí, tudo bem. Mas o final, que não pretendo contar aqui para não arruinar a "diversão" daqueles que pretendem vê-la, é justamente o oposto do que eu espero encontrar quando vou ao cinema: diversão. Saí de lá tensa, estressada, e diria que mais assustada em relação ao mundo em que vivo do que quando entrei. Em outras palavras, saí de minha suposta hora e meia de diversão pior do que quando entrei. Outro filme deste tipo? Carancho. Me perguntam: “E a historia? Boa?” Minha resposta é que acho que sim, que a historia é ótima, mas que me deem alguns dias para que passe o meu estresse e voltamos a conversar.

Também não entendo ver filme para chorar. Tem filmes que nos fazem chorar sem se esforçar, pela historia que contam, pelo trajeto do protagonista, por suas dores, por como ele resolveu seus problemas, pelo final da sua história. "Em Busca da Felicidade", com o Will Smith, é um desses filmes. Agora vi um outro filme, também com o Will Smith, chamado "Sete Vidas", que me deixou revoltada. Como alguém pode se dedicar a pensar uma história forçosamente dramática pra fazer com que a audiência saia de lá chorando? E como não avisam a gente antes de entrarmos que é forçação de barra para nos fazer desaguar em lágrimas? Algo do tipo "Caixa de Klenex obrigatória". Podiam fazer como nos filmes de 3D, e entregar a Caixa de Klenex na entrada, como fazem com os óculos. A quem isso diverte, por favor? Não sei, talvez algumas pessoas gostem disso (se não gostassem, não fariam mais filmes assim). Mas a mim, particularmente, me revolta.

Talvez eu seja uma jovem senhora a moda antiga. Mas gosto de sair do cinema pensando em novas possiblidades para a vida aqui fora. Adoro filmes de ficção científica, como “Inception”, ou “El Origen” em espanhol, con Leonardo Di Caprio. Teve um final feliz? Na verdade, não sei. Eu e meu marido discordamos sobre o final: ele achou que sim, eu achei que não. Mas o autor deixou aberto o espaço para que a gente pensasse, e terminássemos o filme como nos parecesse melhor. Outra que me divertiu: Agente Salt, com Angelina Jolie. Muita ação, sustos, saltos, mas me dá um final que me diverte e não me deixa mais pessimista quando saio da sala de projeção e venho viver a vida aqui fora.

Mencionei esses filmes para que não pareça que só me divertem filmes românticos ou comédia pastelão. Na verdade, nada me entendia mais que comédias onde o máximo que se pede ao meu cerebro é que ria de um sujeito que cai sentado depois de escorregar numa casca de banana. Humor inteligente, por favor!

Emfim, tudo é aceitável, quase tudo me diverte, mas eu dou muito valor às minhas horas de diversão no cinema para me contentar com sair de lá mais assustada, desesperançada ou pessimista do que quando entrei. Não, isso definitivamente não dá.

1 comentario:

Malu dijo...

Concordo com você, Marcia. Cinema é diversão. Saio de casa para ir ao cinema para aliviar a rotina, sendo esta tão temperada com preocupações, estresse, dissabores, medo (de violência, etc). Aqui no Brasil, fala-se muito do filme "tropa de elite", que aborda bastante a violência nas favelas e o que existe por trás de tudo isso. Foi o que eu ouvi falar. Mas, para que enfrentar essas questões que já são lidas nos jornais, divulgadas na TV, e já causam tantas preocupações?
Sendo o cinema diversão, na minha opinião, não combina com filmes de terror, violência, guerra, e tudo que causa sentimentos de medo, angústia e estresse em geral.
Gosto de "água com açúcar" mesmo e aqueles filmes de ação, com pitadas de "mentirinhas", tipo James Bond, etc, e até dramas que possam me comover, porque estes tocam a alma da gente de uma forma muito sutil.
Os últimos filmes que vi exemplificam o que digo : "Comer, Rezar e Amar" (o livro é melhor) e uma "película" argentina, "Dos Hermanos", filme sério, um drama, mas muito interessante.
A vida já tem várias doses de adrenalina, estresse, violência, terror, ainda que tudo isso esteja ao nosso redor, e não nos atinja diretamente, indiretamente, sempre somos atingidos. Para diversão, fujo desses elementos, que me incomodam no dia a dia.
Bjs.