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martes, 31 de agosto de 2010

Vida de mulher é difícil pra caramba!

Ser mulher é um prazer. Mas é trabalhoso pra caramba. Outro dia, conversando com a minha psicóloga, eu falava sobre isso. Por causa dessa tendência que temos de tentar buscar entender o porquê detrás das coisas (sim, porque eu acho que essa é uma tendência feminina), acabamos tendo que entender os nossos problemas afetivos, as nossas atitudes “insanas” (que não são poucas) e também os problemas e atitudes daqueles que nos rodeiam. Ou será que sou só eu que faço isso? Porque sempre que uma amiga faz algo que eu não gosto, trato de explicar pra mim mesma o porquê disso (e muitas vezes, pra ela também). Quando meu marido faz algo contraditório, penso logo no motivo da sua atitude, ainda que no momento eu fique irada. E sinto que, muitas vezes, as pessoas em geral são mais “simples”, olham só pro óbvio, pro que está a olhos vistos, e deixam o resto de fora.

Já me propus ser assim. Juro que já tentei. Mas não consigo. Esta na minha natureza encontrar a razão por trás da aparência. Isso não me incomoda exatamente, apesar de, às vezes, me deixar esgotada física e mentalmente. Mas, porque as demais pessoas são mais objetivas do que eu, quando eu ajo de maneira que eu não consigo entender, ninguém mais tenta me explicar o que realmente me motivou. Se tiverem que se irritar comigo, se irritam; se tiverem que se ofender, se ofendem; se tiverem que se magoar, se magoam. Em outras palavras, e dizendo de forma mais simples, eu ajo com o mundo como se todos fossem minha filha de quase 15 anos, e eles agem exatamente da mesma forma comigo. É coerente, é verdade... mas, pra mim, nem sempre é justo. Ou, pelo menos, eu não sinto que seja.

E o que acontece, no final das contas, é que a gente (mulheres em geral, ou só eu, não sei) fica parecendo super independente, auto-suficiente, bem resolvida, quando, na verdade, somos apenas umas “raladoras incansáveis” da vida e das relações. Não sabemos nada de antemão, mas tentamos sempre saber. Nem sempre entendemos coisas óbvias, mas de repente estamos dando volta com as razoes por trás das razoes de coisas complicadas a beça. Mal conseguimos entender o turbilhão hormonal que sofremos uma vez por mês, com todas as implicações físicas e afetivas deste evento, mas tentamos explicar o mundo, cabeças regidas por outros corações, infâncias vividas por outras pessoas, e acho que, no fundo, só fazemos isso, porque essa é a maneira que encontramos de desculpar tudo, ou quase tudo, que nos machuca.

Excessivamente condescendentes? Pode ser... mas também pode ser um desejo profundo de acreditar na bondade por trás daquelas ações, as vezes mesquinhas, as vezes arrogantes, as vezes egoístas. Pode ser também só necessidade de manter nossa vida preservada: afinal, se entendermos e desculparmos, não precisaremos fazer nada a respeito, além de conversar e confiar numa mudança. “Em algum momento ele(a) vai entender que isso está errado...” Realmente, não vejo nada de puro, superior ou angelical nessa tendência a compreender. Acho humano. Ou melhor, acho feminino, demasiadamente feminina essa tendência a conservação, a maternalizar as pessoas que não são nossos filhos, a confiar, acreditar, esperar, e tentar se adaptar.

Isso é ruim? Não necessariamente. Mas que às vezes eu chego ao final do dia cansada pra caramba, isso é verdade...

jueves, 19 de agosto de 2010

E quando só com a razão não resolve?

Tem gente que se auto define sumamente racional. Gente que pode ser muito passional, intensa, que demonstra o que sente com fervor, mas que não o faz sem antes avaliar racionalmente se está bem sentir tal coisa em tal situação. E, uma vez que se permita sentir desde o racional, aí sim sente por inteiro. Isso não implica que não sejam tranquilas, organizadas, nem que planejam as coisas com tempo. Significa, simplesmente, que são pessoas que acreditam que o que sentimos tem que estar “autorizado” pela razão. Em outras palavras, gente que quando algo as toca emocionalmente, se questiona o porque, o como, o quando, e só se permite sentir o que vai no coração se, depois de se responder a estas perguntas, lhes parece que têm motivo para se sentir dessa ou daquela maneira.

Hoje fui testemunha de uma situação assim. Uma amiga estava de bom humor, até que duas palavras de uma pessoa de sua relação a transformaram. Seu sentimento imediato foi de raiva do rapaz. Depois, sentiu raiva dela mesma, porque sabia que tal sentimento não tinha lugar nem sentido. Começou a evitá-lo: evitava seu olhar, sua presença, um contato, ao mesmo tempo em que queria se aproximar. Sua razão gritava em sua cabeça “Qual o seu problema? Por que voce está evitando ele? Não seja ridicula!”, o que apenas fazia com que ela se sentisse pior, porque a condenação do seu lado racional não era suficiente para que ela pudesse administrar o emocional desde outro lugar e mudasse de atitude. Ela não somente reagiu antes que sua razão pudesse intervir, como continuou reagindo depois. Se sentiu "traída" por ela mesma, me disse. Seu emocional a superou e extrapolou seu racional.

Não sei quando foi que aprendemos que as coisas devem ser administradas desde o racional. Alguns dizem que se somos mais racionais, as possibilidades de êxito daquilo a que nos propomos são maiores. Outros dizem que atuar com base naquilo que sentimos é imaturo. Se bem em algum ponto creio que nem sempre podemos deixar que as coisas fluam ao sabor das emoções, em Psicología dizemos que toda e qualquer ação tem que estar embasada também no que sentimos, ou serão tão loucas como aquelas que têm lugar com base exclusivamente no que se sente. Em outras palavras, e como em tudo na vida, tem que haver um equilibrio, porque aquilo que fazemos sem suporte dos sentimentos também fracassa em algum momento. Tem que estar sustentado pelo desejo.

No caso da minha amiga, o que a tomou de tão de surpresa foi que aí, só nesse momento, ela percebeu que este rapaz a interessava mais do que ela supunha. Então, ela sentiu que seu mundo vinha abaixo: em seu coração rolava algo que sua razão nunca soube.

É curioso como o racional tenta ter tudo sob controle mas, na verdade, é no silêncio do coração que as coisas acontecem. Creio que muitos atuam assim, meio desconectados dos próprios sentimentos, por acreditar, talvez, que assim é mais seguro, que assim serão mais eficazes, já que a vida está cheia de compromissos que não nos dão espaço para que nos conectemos com o que sentimos. Temos que ser produtivos, criativos e eficientes, temos muitas coisas para resolver aqui e agora, e nos permitir um tempo para escutar o nosso coração atrasaria as outras tarefas que temos que cumprir. É mais seguro, em teoria, não sair por aí sentindo tudo o que acontece com a gente. Melhor ir pela vida escolhendo o que sentir e o que não sentir, assim tentamos sofrer menos. Muitas vezes algo machuca a gente e, ao comentar sobre o assunto com outra pessoa, escutamos “Mas que bobagem! Não fique mal por isso!”. Obviamente a intenção de quem nos diz isso é consolar-nos. O que não fica claro para eles é que não nos machucamos com alguma coisa porque queremos, assim como também não valorizamos outra coisa porque decidimos. São coisas que simplesmente sentimos. Somos seres mais sensíveis do que pensantes, e é preciso dar lugar a isso também.

Negar o que sentimos não nos faz sentir menos. Sim, podemos calar o sentimento e soterrá-lo fundo, mas ele continua lá, esperando uma janela, um espaço pra saltar bem na nossa frente, como hoje aconteceu com a minha amiga. O rapaz que lhe causou tamanha “comoção” não deve ter percebido como ela se sentia (ou talvez sim, já que as vezes somos mais óbvios do que gostaríamos), mas ela sim foi obrigada a perceber o que sentia por ele, e admitir que este homem lhe causa algo menos racional do que ela supunha.

O que cada um faz com as coisas que descobre sobre o próprio coração também depende de cada um. Ela, se bem a conheço, vai separar o que sente em partes e vai tentar explicar cada uma dessas partes desde o mental. Essa é a sua maneira de ser. Somos o que podemos ser, segundo nossas próprias experiências. Mas todos nós que, talvez, repetimos inconscientemente o comportamento racionalmente controlado da minha amiga, poderíamos re-avaliar e ver até que ponto nos serve atuar assim, até que ponto, não.

Reconhecer o que sentimos não significa atuar com base nisso. Poderíamos, pelo menos, perceber o que carregamos dentro do nosso peito. Talvez, com isso, já estaríamos dando ao nosso coração o espaço que ele necessita para se fazer presente com mais frequência, e nos surpreender cada vez menos com revelações de último momento.

¿Y cuando solo con lo mental no alcanza?

Hay personas que se auto definen sumamente racionales. Gente que por ahí es muy pasional, intensa, que demuestra lo que siente con fervor, pero que no lo hace sin antes evaluar racionalmente si le corresponde sentir tal cosa en tal situación. Y, una vez que se auto-permita desde lo racional, ahí si lo siente con todo. Eso no implica que sean tranquilas, organizadas, ni que planifiquen las cosas con tiempo. Eso significa simplemente que son personas que creen que lo que uno siente tiene que estar “autorizado” por la razón. En otras palabras, gente que cuando algo le toca emocionalmente, se pone a cuestionar el por qué, el cómo, el cuándo, y solo se permite sentir lo que le va en el corazón, si al cabo de contestarse estas preguntas, desde lo racional, les parece que tienen motivo para sentirse de tal o cual manera.

Hoy fui testigo de una situación así. Una amiga estaba de buen humor, hasta que dos palabras de una persona de su relación le dieron vuelta como a una tortilla. Su sentimiento inmediato fue enojarse con el chico. Luego, se enojo con ella misma, porque sabía (desde lo racional) que no había lugar para semejante sentimiento. Empezó a evitarlo: evitaba su mirada, su presencia, un contacto, si bien a la vez tenía ganas de acercarse. Su razón le gritaba en la cabeza “¿Qué te pasa? ¿Por qué lo evitas? ¡Deja de ser tonta!”, lo que apenas hacia que ella se sintiera peor, porque los reproches de su lado racional no eran suficientes para que ella pudiera manejar lo emocional desde otro lugar y cambiara su conducta. Ella no solamente reacciono antes que su razón pudiera intervenir, sino que seguía reaccionando. Se sintió “traicionada” por ella misma, me dijo. Su emocional la supero y extrapolo su racional.

No sé cuando fue que aprendimos que las cosas se manejan desde lo racional. Algunos dicen que si somos más racionales, las posibilidades de éxito de aquello a que nos proponemos son mayores. Otros dicen que actuar en base a lo que uno siente es ser inmaduro. Si bien en algún punto creo que no todo lo podemos dejar fluir al sabor de las emociones, en Psicología se dice que toda y cualquier acción tiene que estar embasada por lo que se siente, o serán tan locas como aquellas que tienen lugar en base exclusivamente a lo que se siente. En otras palabras, y como en todo la vida, hay que haber un equilibrio, porque aquello que hacemos sin soporte de los sentimientos también fracasa a la larga. Tiene que estar sostenido por el deseo.

En el caso de mi amiga, lo que la agarro tan de sorpresa fue que ahí, recién ahí, ella se dio cuenta de que este chico le interesaba más de lo que ella suponía. Entonces sintió que su mundo se puso de punta-cabeza: en su corazón iba algo que su razón nunca se había enterado.

Es curioso ¿no?, cómo lo racional trata de tener todo bajo control pero, en verdad, es en el silencio del corazón que las cosas pasan. Creo que muchos actuamos así, medio que desconectados de los sentimientos, por creer, quizás, que así es más seguro, que así seremos más efectivos, ya que la vida está hecha de compromisos que no nos dan espacios para conectarnos con lo que sentimos. Tenemos que ser productivos, creativos y eficientes, tenemos muchas cosas para resolver hoy y ahora, y tomarnos el tiempo para escucharnos demoraría las otras tareas que tenemos que cumplir. Es más seguro, en teoría, no salir por ahí sintiendo todo lo que nos pasa, ir por la vida eligiendo qué sentir y qué no, así tratamos de sufrir menos. Muchas veces algo nos cae mal y al comentarlo con otro, escuchamos “¡pero qué pavada, che! ¡No te hagas problema por eso!”. Obviamente el intento de quien no los dice es de confortarnos. Lo que no les queda claro es que uno no se molesta por algo porque así lo elige, tampoco valora algo porque así desea. Son cosas que pasan. Somos seres sensibles, más que pensantes, y hay que poder darle lugar a eso también.

Negar lo que sentimos no hace no lo sintamos. Sí, lo podemos callar y soterrar fondo, pero sigue estando allá, esperando una ventana, un espacio, para saltar bien adelante de uno, como hoy le paso a mi amiga. El tipo que le causo semejante “conmoción” no se habrá dado cuenta de cómo se sentía ella (o si, ya que a veces uno es más obvio de que le gustaría), pero ella si fue obligada a enterarse de lo que siente, de que este tipo sí le causa algo menos racional de lo que ella suponía. Qué uno hace con las cosas que se entera del corazón también depende de uno. Ella, si la conozco bien, va a dividir en partes lo que siente y va a tratar de justificar cada parte desde lo mental. Esa es su manera de ser. Somos los mejores que podemos ser, según nuestras propias historias. Pero todos nosotros que, por ahí, repetimos inconscientemente el comportamiento racionalmente controlado de mi amiga, podríamos reevaluarlo y ver hasta qué punto nos sirve eso, hasta que punto no.

Reconocer lo que se siente no significa actuar en base a eso. Podríamos, por lo menos, darnos cuenta de lo que llevamos adentro. Por ahí, con eso ya le estamos dando el espacio a nuestro corazón que el necesita para hacerse presente más seguido, y sorprendernos menos con sus revelaciones de último momento.

lunes, 16 de agosto de 2010

¿Quién cree en previsiones?

¿Vos crees en previsiones? ¡Yo no! De ningún tipo: ni tarot, ni I-Ching, ni lectura de manos o lectura de la borra del café. Hasta ahora, creo en Astrología porque ella todavía no me defraudo (los astrólogos sí, pero la herramienta, ¡no!). Creo en ella, pero tampoco la puedo explicar. Cuando me preguntan "¿pero cómo funciona?", lo máximo que puedo responder es "por sincronicidad", para usar una explicación corta, que no explica mucho, ¡pero que es ampliamente usada en el medio! Y generalmente esa no es mi respuesta patrón. Muy sinceramente digo simple y objetivamente "no lo sé, solo sé que realmente funciona". Y esa es la verdad más transparente que encuentro para contestar a quién me hace esa pregunta.

Volviendo al tema, no creo en futuros pre-escritos, en destinos, en fatalidades, en métodos adivinatorios. Creo en el ser humano y en su capacidad de construir su propia vida, ¡punto! Pero basta que yo me encuentre en una situación en donde entre en juego algo que yo quiero mucho, o que yo tema mucho, y que involucre espera, que yo apelo para todo: dados, suerte, nombre en el papel, tarot, lectura de café... ¡Cualquier cosa! Y creo que eso se deba al hecho de que todos necesitamos tener (o creer que tenemos) todo bajo control, incluso aquello que no podemos controlar.

Pero qué buscamos con esos métodos adivinatorios, mismo los menos crédulos, ¿en situaciones "límites"? Una respuesta que nos saque de nuestra ansiedad, que nos calme, que nos tranquilice. Un "si", un "no", un "tal vez", algo que nos saque de la espera, que anticipe resultados, como si el futuro estuviera escrito y pudiera ser leído por alguien que está más allá de uno, como si el futuro tuviera un registro etéreo que algunos seres especiales pudiesen leer en dadas condiciones, siguiendo ciertos rituales. Como si el futuro no fuera una creación diaria y conjunta.

Odio la vida monótona y previsible, pero también odio la incertidumbre del devenir. ¡Soy ansiosa! ¡Odio esperar! Conozco mucha gente como yo. Atiendo como astróloga mucha gente que quiere una respuesta que, si no fuere la que esperan, seguirán buscando otros medios hasta confirmar aquello que desean. ¡Natural! Y por ahí eso también es lo bueno de los métodos adivinatorios: como no hay nada escrito en piedra, aun que la respuesta para lo que esperamos sea negativa, podemos seguir esperando que aquel método, o el lector de aquel método, este equivocado. Y si la respuesta es positiva, podemos festejar anticipadamente, relajarnos un poco, por lo menos por algunas horas, ¡hasta que de vuelta la ansiedad y el miedo nos ataquen!

Por ahí en eso está la magia de lo místico, de lo indescifrable: cualquiera que sea la respuesta nos calmará, o no, pero no será definitiva, hasta que la realidad nos de la última palabra. Y esa respuesta, cualquiera que sea, nos ayudará a seguir esperando. ¡Qué bueno que inventaron esas cosas para distraernos mientras esperamos...!

¿Vos crees en métodos adivinatorios? ¡Yo no! Pero a veces, sí...

Quem acredita em previsões?

Voce acredita em previsões? Eu não! De nenhum tipo: nem tarôt, nem I-Ching, nem leitura de mãos ou leitura da borra de café. Até agora, acredito na Astrologia porque ela ainda não deixou furo comigo (os astrólogos sim, a ferramenta, não!). Acredito nela, mas também não posso explicá-la. Quando me perguntam "mas como funciona?", o máximo que eu respondo é "por sincronicidade", pra usar uma explicação curta, que não explica muito, mas que é amplamente usada no meio! E geralmente essa nem é a minha resposta padrão. Muito sinceramente digo simples e objetivamente "não sei, só sei que realmente funciona!". E essa é a verdade mais transparente que eu encontro pra responder a quem me faz essa pergunta.

Voltando ao tema, não acredito em futuros pré-escritos, em destinos, em fatalidades, em métodos adivinhatórios. Acredito no ser humano e na sua capacidade de construir a sua própria vida, ponto! Mas é só eu me ver numa situação que entre em jogo algo que eu quero muito, ou temo muito, e que envolva espera, que eu apelo pra tudo: dados, sorte, nome no papel, tarôt, leitura de café... Qualquer coisa! E acredito que isso se deve ao fato de que todos nós precisamos ter (ou acreditar que temos) tudo sob controle, inclusive aquilo que não controlamos.

O que buscamos com esses métodos adivinhatórios, mesmo os menos crédulos, em situações "limites"? Uma resposta que tire a gente da nossa ansiedade, que nos acalme, que nos tranquilize. Um "sim", um "não", um "talvez", algo que nos tire da espera, que antecipe resultados, como se o futuro estivesse escrito e pudesse ser lido por alguém que está além da gente, como se o futuro tivesse um registro etéreo que alguns seres especiais pudessem ler em condições dadas, seguindo certos rituais. Como se o futuro não fosse uma criação diária e conjunta.

Odeio a vida monótona e previsível, mas odeio também a incerteza do porvir. Sou ansiosa! Odeio esperar! Conheço muita gente como eu. Atendo como astróloga muita gente que quer uma resposta que, se não for a que ela quer, continuará buscando outros meios até confirmar aquilo que deseja. Normal! E isso também é o legal dos métodos adivinhatórios: como não tem nada escrito em pedra, mesmo que a resposta pro que esperamos seja negativa, podemos continuar torcendo para que aquele método, ou o leitor daquele método, esteja errado. E se a resposta for positiva, podemos comemorar antecipadamente, relaxar um pouco, pelo menos por algumas horas, até sermos de novo assaltados pela ansiedade e pelo medo!

Talvez esteja nisso a magia do místico, do indecifrável: qualquer que seja a resposta nos acalmará, ou não, mas não será definitiva, até que a realidade venha e bata o martelo. E essa resposta, qualquer que seja, nos ajuda a continuar esperando. Que bom que inventaram essas coisas para distrair a gente enquanto a gente espera...!

Você acredita em métodos adivinhatórios? Eu não! Mas, as vezes, sim...

viernes, 13 de agosto de 2010

Auto superação - Contando um pouco da minha própria história

Venho de um longo processo de tentativa de auto-superação. Como nem todo mundo sabe, minha mudança do Rio para Buenos Aires se realizou em condições de extrema tensão, que dividiu meu periodo aqui em dois momentos: o primeiro, de diversão e alegria, quando eu tentei me integrar, conseqüentemente, ignorando os problemas que me trouxeram até aqui. Depois, "caí na realidade" e tive que me confrontar com todos os problemas, que me apresentaram uma "conta alta" por quase um ano de tê-los deixado no esquecimento, tentando encobri-los tanto quanto eu podia. Então, sendo otimista, posso dizer que estive lutando durante um ano e meio, aproximadamente, com problemas para dormir, ansiedades, tristezas e uma busca incessante por sentir-me melhor, por encontrar um caminho. Neste período, produzi grandes mudanças na minha vida: reavaliei meus princípios e valores, revi o que me fazia feliz. De repente, se tornou sumamente importante que a vida tivesse um sentido maior para mim, que fosse além daquilo que os outros julgavam bom ou correto. De repente, eu precisava fazer alguma coisa por mim mesma que tivesse valor a meus próprios olhos, independentemente do que os demais esperavam. Parei de trabalhar, entrei em uma universidade de Psicologia (sonho que trazia comigo desde a adolescência), comecei a usar o conhecimento que por tanto tempo cativei na Astrologia.

Eu estava prestes a retornar ao Rio, mas não gostava da idéia de fazê-lo simplesmente por não ter conseguido superar as dificuldades que me impediam de gozar da vida aqui. Afinal, pensei, quando escolhi Buenos Aires para viver, o fiz por razões específicas: segurança, melhor qualidade de vida, a experiência de viver no exterior. Não era possível que tudo aquilo não ia contar na hora de enfrentar ou superar uma dificuldade.

Me exigi, como sempre. Insisti. Busquei todas as saídas e opções pensáveis que me permitissem ter uma qualidade de vida possível aqui. Achava que, se tivesse que voltar, deveria fazê-lo porque assim o escolhia, e não porque não havia sido possível bancar a escolha que fiz em um primeiro momento de viver nesta cidade.

Comecei 2010 determinada a organizar o meu retorno ao Brasil. Ficaria aqui até o final do ano. Amava a idéia de voltar à minha antiga vida. Mas, muito racionalmente, eu sempre soube que minha vida de antes já não estaria lá, a minha espera. As coisas tinham mudado, as pessoas também, e novamente eu teria de reconstruir meu lugar lá também, ou seja, cumprir o mesmo processo que tinha tentado cumprir aqui, sem muito sucesso, nos últimos 3 anos. Ainda assim, sentia saudades da praia, do mar, da vista da Lagoa, de viver no meu idioma. Havia uma coisa que me deixava triste em ir embora: perder os amigos que eu tinha conquistado aqui neste período. Sim, porque apesar de Buenos Aires ser um lugar onde não se faz amigos com tanta facilidade como no Rio, uma vez que voce os faça, são amigos muito mais presentes. E isso era algo que eu amava, entre milhares de outras coisas: os quiches da Maru Botana, as saladas do Aroma, o Kansas, a universidade, ter as quatro estações bem marcadas durante o ano, os parques ... Antes mesmo de ir embora, eu já sentia saudades das coisas que deixaria para trás.

Já que teria que passar mais um ano aqui, pensei, vou tentar fazer esse "acerto de contas" e me livrar de todos os problemas que havia "ganhado" quando me mudei: as noites sem dormir, os ataques de pânico, as fobias inexplicáveis, as angústias intermináveis, e tudo o que tornava hostil a minha vida aqui. Então, me joguei, mais uma vez, pela última vez, em busca da "Marcia" de antes.

Sempre fui adepta da Psicanálise, sempre amei me analizar. Sentia que me analizar fazia de mim uma pessoa melhor. A Psicanálise me dá um marco de referência. Preciso entender as coisas, as pessoas, os sentimentos. Tudo acontece por uma razão, tudo tem uma razão, e eu sou uma daquelas pessoas que precisam entender o porquê das coisas, o que está por trás daquilo que se vê a olho nu. Mas não consegui encontrar aqui, nestes três anos, uma psicanalista com a qual me identificasse. "É a diferença de códigos e de idioma", pensava. Então, me dei uma chance com uma terapia cognitivo-comportamental. Uma vez que os problemas eram urgentes e que a Psicanálise é (na minha opinião) uma arte que trata das coisas da vida, que trata coisas menos urgentes, que trabalha com o tempo (e tempo era algo que eu já não tinha), pesquisei o melhor centro especializado em Terapia Cognitiva em Buenos Aires, e lá fui eu. Comecei a minha consulta e meu tratamento, não acreditando muito no início. Mas ... O que poderia acontecer de pior? Nada. Só continuar como estava. Perderia algum dinheiro. Mas eu achava que esse era um investimento em mim que podia valer a pena. Então, por que não tentar?

Comecei em abril! Fiz todos os exercícios, fui a todas as consultas, participei de todas as oficinas que me foram propostas. Às vezes, me sentia melhor. Às vezes, achava que piorava. Mas continuei. E fui melhorando. Já não sentia mais tanta angústia, meus dias já não eram tão tristes, tornou-se mais fácil compreender e aceitar a maneira de ser das pessoas, comecei a me sentir mais tranquila, minhas noites sem dormir foram desaparecendo, fui descobrindo coisas que eu gostava, aprendi a aceitar minhas limitações sem medo, aprendi a administrar minha ansiedade, descobri talentos antes esquecidos (como este blog), tomei coragem para me arriscar a fazer coisas que antes me assustavam... Melhorei tanto que, recentemente, encontrei uma psicanalista com quem eu realmente pude me conectar, há bem pouco tempo! Melhorei muito! Nas últimas duas semanas, por questões de agenda, não tive consultas. E hoje fui lá para dizer que realmente não senti falta do psicoterapeuta. Como era de se esperar, ele ficou feliz em escutar isso. Conversamos. Combinamos o meu retorno para dentro de 3 semanas, com a expectativa de que, depois desse perido, irei mais algumas vezes, mas só uma vez por mês.

Saí de lá com um sorriso no rosto e uma alegria indescritível no coração. Há 8 meses meus planos eram voltar para o Rio em dezembro. Agora me questiono se irei ao Brasil de férias no final do ano. Não sei se tenho a necessidade.

Me sinto segura, pronta até mesmo para outros voos. Sinto que posso andar de novo com as minhas próprias pernas. Não voltei a ser a Marcia antes, mas me tornei uma Marcia melhor do que antes, porque adicionei à aquela Marcia as experiências que tive neste período. Me conheço melhor. Sei que nem tudo eu posso. Sei que há limitações para o que nos propomos. Mas uma coisa não mudou: continuo achando que podemos sempre continuar lutando, sem desistir. Sei que é mais fácil, muitas vezes, se render ao sofrimento, voltar, assumir que realmente não podemos superar a situação e eliminar a dor do modo mais "simples". Mas é infinitamente mais compensador chegar quase ao limite de nossas forças e poder se superar por trabalho e mérito nosso, só nosso. Esse prazer é inexplicável.

Até o final do ano, eu era triste e tinha momentos felizes. Hoje eu sou feliz e tenho momentos tristes, como todos temos. Não é uma felicidade enlouquecedora, agitada ou ansiosa. É só felicidade. E isso é melhor do que eu poderia imaginar.

Finalmente entendi porque vou ser psicóloga: para ajudar as pessoas a entenderem que sempre é possível estar melhor. Para orientá-las a não se entregar, a não deixar de lutar. Para ajudá-las a entender que elas sim tem limites e devem respeitá-los, mas que isso não pressupõe contentar-se com uma meia-vida, nem viver infeliz. Acho que posso dizer que de dor eu entendo um pouco, e sei por experiência própria que é possível superá-la. É difícil, mas possível. Tem que querer muito, mas é possível. E conseguir isso é gratificante, é recompensador. Não precisamos sofrer para sempre! É sempre possível viver melhor! :-)

jueves, 12 de agosto de 2010

Auto superación - Hablando un poco de mi propia história

Vengo de un largo proceso de intento de auto superación. Como no todos saben, mi mudanza de Rio a Buenos Aires se dio bajo condiciones de extrema tensión, lo que dividió mi periodo acá en dos: un primero de mucha diversión y alegría, cuando yo trataba de integrarme y, consecuentemente, ignoraba los problemas que me habían traído acá en un primer momento. Luego, "caí en la realidad" y tuve que confrontarme con todos ellos, que me pasaron facturas altas por casi un año de dejarlos en el olvido y por tratar de taparlos lo más fondo que podía. Así, siendo optimista, estuve peleándome por un año y medio, aproximadamente, con problemas para dormir, angustias, tristezas, y una busca incansable por sentirme mejor, sin encontrar un camino. En este periodo produje cambios importantes en mi vida: re-evalué mis principios y valores, revise lo que me hacia feliz. De repente, se volvió importante que el vivir tuviera un sentido mayor para mí, que fuera más allá de aquello que era valorado por los demás. De golpe, necesitaba hacer algo por mí que me hiciera tener valor a mis propios ojos, independiente de aquello que de mí esperaban. Dejé de trabajar, ingrese en una universidad de Psicología (sueño que me acompaña desde la adolescencia), empecé a utilizar los conocimientos por tanto tiempo cautivados en Astrología.

Estuve a punto de regresar a Rio. Pero no me conformaba en hacerlo simplemente porque no había podido superar las dificultades que me impedían de disfrutar la vida acá. Al final, pensaba, cuando elegí Buenos Aires para vivir, lo hice por motivos concretos, reales: la seguridad, la calidad de vida, la experiencia de vivir en el exterior. No era posible que todo eso no iba a contar en el momento de enfrentar o superar una dificultad.

Me exigí, como siempre. Insistí. Busque todas las salidas y opciones pensables para tener una calidad de vida posible acá. Pensaba que, si tuviera que volver, que debería hacerlo porque así lo elegía, y no porque no había sido posible bancarme la elección que hice en un primer momento de vivir en esta ciudad.

Empecé 2010 decidida a organizar acá mi regreso a Brasil. Me quedaría acá hasta el final del año. Me encantaba la idea de volver a mi vida de antes. Pero, muy racionalmente, siempre supe que mi vida de antes no estaría allá esperándome. Las cosas habían cambiado, las personas también, y volver sería tener que reconstruir mi lugar allá también, o sea, cumplir el mismo proceso que había tratado de cumplir sin mucho éxito en los casi 3 años que estaba acá. Aún así, extrañaba la playa, el mar, la vista de la Lagoa, vivir en mi idioma. Había algo que me dejaba triste por irme de acá: los amigos que había conquistado, a duras penas, en este periodo. Sí, porque si bien Buenos Aires no es un lugar en donde uno se hace amigos tan fácilmente como en Rio, una vez que los hiciste, son amigos mucho más presentes que los de allá. Y eso era algo que yo amaba, entre miles de otras cosas: las tartas de Maru Botana, las ensaladas de Aroma, Kansas, la universidad, el tener las 4 estaciones bien marcadas en el año, los parques... Antes mismo de irme, ya extrañaba las cosas que dejaría atrás.

Ya que tendría que vivir un año más acá, pensé, voy a tratar de hacer este "arreglo de cuentas" y curarme de todos los "males" que había adquirido cuando me mude: las noches insomnes, las crisis de pánico, las fobias inexplicables, la angustia sin fin y todo lo que hacía que vivir acá me fuera hostil. Así, me jugué, una vez más, por última vez, en búsqueda de la "Marcia" que era antes.

Siempre fui adepta del Psicoanálisis, siempre ame analizarme. Siempre creí que eso hacía de mi alguien mejor. El Psicoanálisis me da mi marco, es para mí una referencia. Yo necesito entender las cosas, las personas, los sentimientos. Todo pasa por algo, todo tiene un porqué, y yo soy de esas personas que necesitan entender el porqué, lo que está detrás de lo que uno ve a simple vista. Pero tampoco pude encontrar acá en estos 3 años un psicoanalista con quien me identificara. "Era la diferencia de códigos y de idioma", pensaba. Entonces, arriesgue a una terapia cognitiva-conductual. Ya que los problemas que tenía eran urgentes y ya que el Psicoanálisis es (en mi visión) un arte que trata de las cosas de la vida, de cosas menos urgentes, manejándose principalmente con el tiempo (cosa que yo ya no tenía), busque el mejor centro especializado en Terapia Cognitiva en Buenos Aires. Empecé mis consultas y mi tratamiento, sin creerlo mucho al principio. Pero... ¿qué me podría pasar de peor? Nada. Solo seguiría como ya estaba. Perdería algo de plata. Pero creí que, por mí misma, tal inversión valdría la pena. Entonces, ¿por qué no intentarlo?

¡En abril empecé! Cumplí con todos los ejercicios, consultas y talleres tal cual me los proponían. Por momentos, estuve mejor. Por otros, pensé que no. Igualmente seguí. En el camino fui mejorando mucho. Ya no sentía tanta angustia, mis días ya no eran tan tristes, se volvió más fácil entender y aceptar la manera de la gente de ser, me sentí más integrada, mis noches insomnes fueron desapareciendo, fui descubriendo cosas que a mí me gustaban, aprendí a aceptar mis limitaciones sin tenerles miedo, aprendí a manejarme con mi ansiedad, descubrí talentos antes olvidados (como este blog), me anime a jugarme por cosas que antes me daban miedo... Mejoré tanto que recién encontré una psicoanalista con quien realmente me pude conectar, ¡hace poquito! ¡Mejore mucho! En las últimas 2 semanas, por cuestiones de agenda, estuve sin ir a las consultas. Y hoy fui, para decirle que realmente no lo extrañe al psicoterapeuta. Como era de ser esperar, él se puso contento. Charlamos. Arreglamos mi regreso para dentro de 3 semanas, con la expectativa que, a partir de este momento, nos veremos algunas veces más, pero a cada mes.

Salí de allá con una sonrisa en la cara y una alegría indescriptible en el corazón. Hace 8 meses mis planes era de volver a Rio en diciembre. Ahora me cuestiono si me iré a Brasil a fin de año para las vacaciones. No sé si tengo la necesidad.

Me siento segura. Lista incluso para otros vuelos. Siento que puedo de vuelta caminar con mis propias piernas, y no que volví a ser la Marcia de antes de venir, pero sí que me volví una Marcia mejor que la de antes, porque agregue a aquella mis vivencias del periodo. Me conozco mejor. Sé que no todo lo puedo. Sé que hay limitaciones para lo que uno se propone. Pero una cosa no cambio: creo que siempre podemos seguir luchándola, sin bajar los brazos. Y si bien es más fácil, muchas veces, rendirse al sufrimiento, dar la vuelta atrás, asumir que realmente no se puede y eliminar el dolor por el camino "más simple", es sumamente compensador llegar casi al límite de nuestras fuerzas, y poder superarse por obra y merito de uno. Este placer es inexplicable.

Hasta fin de año, yo andaba triste y tenía momentos muy felices. Hoy me siento feliz y tengo momentos tristes, como los tenemos todos. No es una felicidad enloquecedora, ni agitada, ni ansiosa. Es felicidad simplemente. Y eso es mejor de lo que me podría imaginar.

Entendí, al final de este proceso, porque seré Psicóloga: para ayudar a que la gente entienda que siempre es posible estar mejor. Para orientarlas a no bajar los brazos, a no rendirse, a que conozcan sus límites y los respeten, pero que nunca se conformen con una vida a medias, ni infeliz, porque de sufrimiento yo puedo decir que entiendo, y sé por experiencia propia que sí es posible superarlos. Es difícil, pero posible. Hay que querer mucho, pero es posible. Y lograrlo es enriquecedor, es muy compensador. Quiero decirles que no es necesario sufrir por siempre, ¡porque es siempre posible estar mejor! :-)

miércoles, 11 de agosto de 2010

Outra história como tantas outras...

Ando remexendo em meus cadernos ultimamente, como voces têm visto por aqui, com algumas das minhas publicações. E, entre textos e poemas, encontro escritos perdidos de minha propria autoria, coisas que algum dia escrevi e nunca tinha publicado. O texto abaixo foi escrito em 24 de junho de 2006. Espero que gostem!

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E a cada novo movimento dele ela voltava a se questionar se o que estava escolhendo acreditar era viável, aceitável ou possível. Por que motivo ela estaria se enganando nesta relação? O que poderia estar se recusando a deixar para tras?

Essas perguntas ainda não tinham respostas, mas seu coração lhe cobrava uma atitude urgente, recusando-se a aceitar tal situação de abandono, desamparo e silêncio. Não suportava mais negligenciar suas necessidades e ausências, desejos e sentimentos, sempre constrangidos por esse "algo" que ela mesma desconhecia e não podia definir.

Em sua mente tudo era muito claro. Ela sabia bem para onde estava indo e o que esperava encontrar ao final desta estrada: uma resposta, uma nova direção, um novo caminho a seguir. Que caminho seria ela não sabia. Mas sentia-se cansada de haver deixado o coração tomar a direção de sua vida, tendo sempre pagado um preço tão alto por isso.

Sempre acreditou que a vida não valia a pena se não fosse vivida intensamente. Assim, foi intensamente feliz em muitos momentos, mas também sofreu intensamente em muitos outros. E não conseguia especificar quanto de dor ou de amor havia vivido. Mas era somente dessa forma que conseguia se sentir viva, era assim que havia aprendido a viver. Então, deixou-se conduzir pelo coração e suportou as angústias do amor por muitos anos. Até que cansou!

Cresceu, amadureceu, envelheceu e concluiu que preferia não ter nada a ter pouco. Quando entrou nesta relação há muitos anos atras, ela pensava estar abandonando a vida de incertezas afetivas, de intensidades, para encontrar a paz e a tranquilidade de um amor seguro. Naquele momento, ela ansiava por um amor que lhe completasse a alma entre quatro paredes, e também fora delas. Apesar disso, a realidade se mostrou atravessada de silencios, indiferenças, desprezos, e hoje ela não sabia se o amava ou se era algo enfermo que a mantinha junto a ele. "Por que é necessário chorar para conseguir algum afeto?". Ela sentia seu coração agonizar enquanto sua mente buscava uma resposta que a libertasse da angústia provocada por essa pergunta.

Por outro lado, ela se olhava e não entendia o que havia nela que a fazia desejá-lo e rejeitá-lo ao mesmo tempo. Não entendia porque resistia às suas investidas amorosas depois de ter brigado por elas por tanto tempo. Sabia que a rejeição não era por falta de desejo, mas não conseguia fazer diferente. "Por que não?". Mais uma pergunta que ficaria sem resposta.

Sem saída, ela mergulhava em uma nostalgia sem fim. Perdia-se em lembranças de um passado não tão distante e revivia momentos felizes de sua vida! Pessoas que passaram, sonhos que se foram, beijos e abraços, promessas não cumpridas, breves encontros, muitos desencontros... Sentia saudades! Sem outro recurso, desaguava em lágrimas incontroláveis, que banhavam seu rosto por completo onde quer que ela estivesse.

Apesar da dor, não se vitimizava. Sabia que sua vida era resultado de suas escolhas. Reconhecia ser sua opção adormecer e amanhecer ao lado daquele homem, que jurava amá-la, mas mostrava-se incapaz de expor seus sentimentos. Sabia que ele não era capaz de permiti-la viver o amor que dizia sentir por ela e que ao lado dele desfrutaria apenas de uma "solidão acompanhada". Mesmo assim, ela não conseguia ir embora. Conscientemente, assumia parte da culpa por seu sofrimento.

Tentando suprir a absoluta ausência afetiva de sua vida, ela mergulhava em livros. Almejava um conhecimento inatingível, acreditava poder substituir o "sentir" pelo "saber". Soterrava seu mundo emocional e suas carencias sem se dar conta de que estava apenas fugindo de si mesma. Voltava-se para o mundo material, que lhe permitia controlar e explicar logicamente perdas e ganhos. Mantinha sua sanidade mental ensurdencendo-se às súplicas de seu coração, que lhe pedia que não abandonasse o único direito verdadeiramente seu: o de sentir-se amada e feliz.

Paradoxalmente, agarrava-se à crença de que devia haver algo maior por trás disso tudo, algo que a estava preparando para a chegada daquele alguém especial, que a encontraria "pronta", inteira, sofrida, porém madura, disposta a fazer renúncias, a quebrar com modelos, a ouvir, a calar e a fazer o que fosse necessário para viver um amor real e possível, ainda que não fosse ideal nem perfeito. Preparava-se para o momento em que o amor lhe encontraria e, enquanto isso, apenas seguia em frente, sorrindo, chorando, cumprindo todas as suas obrigações, sendo a melhor pessoa que suas dores e angustias permitiam.

O cansaço a dominava. Precisava dormir. Já estirada em sua cama, fechou os olhos e pensou no novo e longo dia que começaria em algumas horas. Logo estaria novamente envolvida em inúmeras tarefas e aquela noite seria apenas mais uma lembrança. Disfarçaria os olhos inchados com maquiagem e estamparia um lindo sorriso no rosto, convencendo os outros e a si mesma de que, apesar de tudo, era feliz.

Otra história como tantas más...


Ando revolviendo mis cuadernos ultimamente, como pueden ver! Y entre textos y poemas, encuentro escritos perdidos de mi propia autoria, cosas que  me parecen lindas y nunca antes he publicado. El que sigue lo escribi en 24 de junio de 2006. Espero que les guste!

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Y a cada nuevo movimiento suyo ella volvía a cuestionarse si lo que elegía creer era viable, aceptable o posible. ¿Por qué motivo estaría ella engañándose en esta relación? ¿Qué podría estar rehusándose a dejar atrás?
Esas preguntas todavía no tenían respuestas, pero su corazón le exigía una actitud urgente. Se rehusaba a aceptar tal condición de abandono, desamparo y silencio. No soportaba mas silenciar sus necesidades y ausencias, deseos y sentimientos siempre constreñidos por aquel “algo” que ella misma desconocía y no podía definir.
En su mente todo era muy claro. Ella sabía bien para donde iba y que esperaba encontrar al final de la ruta: una respuesta, una nueva dirección, un nuevo camino a seguir. Que camino sería, ella todavía no sabía. Pero se sentía cansada de haber dejado el corazón tomar la dirección de su vida, habiendo pagado siempre un precio tan alto por ello.
Siempre creyó que la vida no valía la pena si no era vivida intensamente. Así, fue intensamente feliz en muchos momentos, pero también sufrió intensamente en muchos otros. Y no conseguía determinar cuánto de dolor o de amor había vivido. Pero era solamente de esta manera que lograba sentirse viva, era así que había aprendido a vivir. Entonces, se dejo conducir por el corazón y soporto las angustias del amor por muchos años. ¡Hasta que se canso!
Creció, maduró, envejeció y concluyo que prefería no tener nada a tener poco. Cuando entro en esta relación, hace muchos años, pensaba estar abandonando la vida de incertidumbres afectivas, de intensidades, para encontrarse con la paz y la tranquilidad de un amor seguro. En aquel entonces, ella ansiaba por un amor que le completara el alma entre cuatro paredes, y afuera de ellas también. Sin embargo, la realidad se mostro atravesada de silencios, indiferencias, desaires, desprecios, y hoy ella ya no sabia si lo amaba o si era algo enfermizo que la mantenía junto a él. “¿Por qué es necesario llorar para lograr algún afecto?”. Ella sentía su corazón agonizar mientras su mente buscaba una respuesta que la liberara de la angustia provocada por esa pregunta.
Por otro lado, ella se miraba y no entendía que había en ella que la hacía desearlo y rechazarlo a la vez. No entendía porque se resistía a sus investidas amorosas después de haberse peleado tanto por ellas durante tanto tiempo. Sabía que el rechazo no era por falta de deseo, pero no podía hacer de otra manera. “¿Por qué no?”. Una pregunta mas que se quedaría sin respuesta.
Sin salida, ella buceaba en una nostalgia sin fin. Se perdía en recuerdos de un pasado no tan lejano y revivía momentos felices de su vida! Personas que pasaron, sueños que se fueron, besos y abrazos, promesas no cumplidas, algunos encuentros, muchos desencuentros… Extrañaba…! Sin otro recurso, desaguaba en lágrimas incontrolables, que bañaban su rostro por completo en donde fuera que ella estuviera.
A pesar del dolor, no se victimaba. Sabía que su vida era el resultado de sus elecciones. Reconocía ser su opción adormecerse y despertarse al lado de aquel hombre, que juraba amarla, pero se mostraba incapaz de exponer sus sentimientos. Sabía que él no era capaz de permitirla vivir el amor que decía sentir por ella y que a su lado desfrutaría apenas de una soledad acompañada. Aun así, no podía partir. 
Intentando amenizar la ausencia afectiva de su vida, se ahondaba en libros. Ansiaba por un conocimiento inalcanzable, creía poder sustituir el “sentir” por el “saber”. Soterraba su mundo emocional y sus carencias afectivas en conocimiento sin darse cuenta de que estaba apenas huyendo de sí misma. Buscaba el mundo material, que le permitía controlar y explicar lógicamente las pérdidas y ganancias. Mantenía su sanidad mental ensordeciéndose a las suplicas de su corazón, que le pedía que no abandonara el único derecho verdaderamente suyo: de sentirse amada y feliz.
Paradojalmente, se agarraba a la creencia de que debía de haber algo mayor por detrás de todo eso, algo que la estaba preparando para la llegada de alguien especial, que a encontraría lista, entera, sufrida, pero madura, dispuesta a renunciar, a romper modelos, a escuchar, a callar, a hacer lo que fuera necesario para vivir un amor real y posible, aun que no fuera ideal ni perfecto. Se preparaba para el momento en que el amor la encontraría y, mientras tanto, apenas seguía en frente, sonriendo, llorando, cumpliendo con todas sus obligaciones, siendo la mejor persona que sus dolores y angustias permitían.
El cansancio la dominaba. Necesitaba dormir. Ya estirada en su cama, cerró los ojos y pensó en el nuevo y largo día que estaba por comenzar en pocas horas. Luego estaría otra vez involucrada con inúmeras tareas y aquella noche seria apenas un recuerdo. Disfrazaría los ojos hinchados con maquillaje y estamparía una linda sonrisa en la cara, convenciendo a los otros y a ella misma de que, a pesar de todo, era feliz.

martes, 10 de agosto de 2010

El Tiempo - Mario Quintana

Hoy yo pensaba en la rapidez con que se nos pasa el tiempo. Mi hija más grande va a cumplir 15 años en un més. Hace 15 años ella estaba en mi panza y (se los juro!!) siento como si hubiese sido ayer...


Entonces, de casualidad encontre entre mis apuntes un poema de Mario Quintana llamado "El Tiempo", que habla justo de eso: el paso del tiempo. Por ahí muchos ya lo conocen, ya que es un poema muy divulgado en la web, pero contando con la posibilidad de que algunos pueden no conocerlo todavía, lo comparto acá con uds!

"Cuando se ve, ya son las seis de la tarde...
Cuando se ve, ya es viernes...
Cuando se ve, ya es Navidad...
Cuando se ve, ya se termino el año...

Cuando se ve, ya se pasaron 50 años...
Cuando se ve, ya no sabemos más por donde andan nuestros amigos...
Cuando se ve, perdimos el amor de nuestra vida.

Si me fuera dado un día, una oportunidad, yo ni miraba el reloj.
Seguiria siempre en frente e iria jugando, por el camino, la cascara dorada e inútil de las horas.

Sostenería todos mis amigos, que ya no se por donde andan y como están, y les diria: 'uds son extremadamente importantes para mi'.

Sosteneria mi amor, que está hace mucho adelante mío, y le diria: 'Te amo!'

De esa manera, yo digo: no dejes de hacer algo que te gusta por falta de tiempo.
No dejes de tener alguien a tu lado, o de hacer algo, por puro miedo a ser feliz.

Lo único que vamos a extrañar será ese tiempo que, lamentablemente, no vuelve jamás."

En una alusión a Quintana, y a nuestras vidas, vivamos de manera a no extrañar ese tiempo que no vuelve jamás. Como ya he escrito en otros posts, el único tiempo que tenemos es el que estamos viviendo ahora. Que nuestro pasado sea un lindo extrañar, no un lugar de "yo podría haber...". Podemos nos anticipar al futuro o vivir cuestionando el pasado, pero es en el ahora que todo pasa. Nuestros hijos crecen y no lo podemos impedir. Uno envejece y no hay forma de dar marcha atras. Un día perdemos nuestros padres o nuestros entes queridos, y eso es inevitable. Todo eso es cliche y todos ya sabemos que funciona así, pero la verdad es que la mayoria de las veces nos olvidamos de todo eso! A veces, algo nos tiene que hacer acordar que la única manera de vivir un futuro sin remordimientos es viviendo el presente tan plenamente cuanto posible. Estemos seguros de que hicimos nada menos que nuestro mejor, en todos los aspectos, y sigamos con nuestras vidas, sin arrepentimientos!

Seamos felices hoy y ahora, porque ese es el único momento que realmente tenemos!


Cariños!
Márcia

lunes, 9 de agosto de 2010

O Tempo - Mário Quintana

Hoje pensava na rapidez com que passa o tempo. Minha fiha mais velha vai fazer 15 anos em um mês. Há 15 anos atras ela estava na minha barriga e (juro!!) sinto como se tivesse sido ontem...

Então, por acaso encontrei entre meus cadernos um poema do Mario Quintana chamado "O tempo", que fala justo sobre isso: a passagem do tempo. Muitos já devem conhecer, já que é um poema já bastante divulgado pela web. Mas, contando com a possibilidade de que alguns ainda não conheçam, resolvi compartilhá-lo com vocês. Aqui está!

"Quando se vê, já são seis horas...
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já é Natal...
Quando se vê, já terminou o ano...

Quando se vê, já se passaram 50 anos...
Quando se vê, já não sabemos mais por onde andam nossos amigos...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.

Se me fosse dado um dia, uma oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.

Seguraria todos os meus amigos, que já não sei onde e como estão, e diria: 'vocês são extremamente importantes para mim'.

Seguraria o meu amor, que está há muito tempo à minha frente, e diria: 'Eu te amo!'

Dessa forma, eu digo: não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter alguém ao seu lado, ou de fazer algo, por puro medo de ser feliz.

A única falta que você sentirá será desse tempo que, infelizmente, não voltará mais."

Em uma alusão à Quintana, e à vida de todos nós, vivamos de maneira a não sentir falta desse tempo que não voltará mais. Como já escrevi em outros posts, o único tempo que temos é o que estamos vivendo agora. Que o nosso passado seja uma saudade gostosa, não um lugar de "eu poderia ter..." Podemos nos antecipar ao futuro ou viver remoendo o passado, mas é no agora que tudo acontece. Nossos filhos crescem e isso não tem volta. A gente envelhece e isso não tem volta. Um dia a gente perde os nossos pais e familiares queridos, e isso não tem volta. Tudo isso é clichê e todos já sabemos que funciona assim, mas a verdade é que a maioria das vezes esquecemos de tudo isso! De vez em quando, temos que parar pra lembrar que a única maneira de viver um futuro sem arrependimentos é vivendo o presente tão plenamente quanto possível. Estejamos seguros de que fizemos absolutamente o melhor que podíamos, em todos os sentidos, e sigamos com a nossa vida, sem arrependimentos!

Sejamos felizes hoje e agora, porque esse é o único momento que realmente temos!

Um abraço!
Márcia

domingo, 8 de agosto de 2010

Quando foi que crescemos e deixamos de ser crianças?

Hoje é Dia das Crianças em Buenos Aires. Por isso, distribuimos presentes às nossas crianças, decidimos quem ainda é criança e ainda tem o direito de receber um presente, quem já não, o que me levou a pensar nos meus Dias das Crianças no Brasil. Penso em quem eu era naquela época e quem eu sou agora, e não sei se há muita diferença. Hoje tenho 33 anos e, quando tinha 12 anos, tinha tantas inseguranças e dúvidas sobre a vida como agora. Eu tinha medo de tomar decisões, duvidava se ia escolher o melhor para mim, tinha medo de me arrepender, não queria dar o meu carinho a alguém que não o valorizasse, queria que me olhassem se eu usasse roupas novas ou cortava o cabelo de uma maneira diferente... e hoje ainda me sinto exatamente da mesma forma a respeito dessas coisas.

Quando eu era uma menina, pensava que na idade adulta tudo seria diferente. Primeiro, pensava que eu não precisaria mais pedir permissão a ninguém para fazer o que eu queria, e isso era o que eu mais invejava da vida dos adultos. Eu pensava que quando fosse maior de idade poderia fazer o que eu quisesse usando apenas meu próprio critério para decidir o que era certo e o que era errado. Eu seria a única a decidir sobre minhas próprias ações. Esperei tanto por esse momento só para descobrir que quando crescemos, não precisamos mais pedir permissão aos nossos pais, mas ainda temos centenas de "pais" plasmados no mundo real e no nosso mundo simbólico a quem pedir permissão: nosso chefe no trabalho, nosso professor de pós-graduação, marido, filhos, sogros ... Acima de tudo, pedimos permissão todo o tempo à nossa consciência! Sim, porque quando não podemos dividir com nossos pais a responsabilidade por aquilo que fazemos de errado ("Eu fiz isso porque você deixou"), ficamos apenas com nossa própria consciência para prestar contas. E se errarmos, é ela quem vai apontar o dedo e dizer "como voce não pensou nisso antes de agir assim?", e é ela quem vai colocar a gente de castigo. Quando tínhamos nossos pais para fazer isso, era mais fácil porque ficávamos com raiva deles e pronto. Quando a única pessoa com quem temos que render contas é com a gente mesmo, precisamos de uma boa dose de amizade e generosidade para poder se perdoar e aceitar a nossa incapacidade de fazer tudo perfeito.

Agora nossos pais já não nos dizem o que fazer. Mas a verdade é que ainda precisamos da aprovação deles em cada passo do nosso caminho. Sim, mesmo que eles não nos aprovem, faremos o que pensamos que temos que fazer, o que queremos. Mas agir com bênção deles é muito melhor, inclusive porque se amanhã ou depois o resultado de nossas ações não sair como esperávamos, a dor do "fracasso" será mais leve, afinal, até nossos pais estavam de acordo com o que fizemos!

Já não pedimos permissão aos nossos pais, mas vivemos pedindo permissão vida afora. A autoridade agora está distribuída socialmente, representada em diferentes pessoas. E eu me pergunto se hoje não pedimos licença a muito mais pessoas para agir do que quando pedíamos somente aos nossos pais.

Além disso, quando era pequena pensava que quando adulta sempre saberia o que fazer em cada situação. Ledo engano! Agora que sou adulta vivi mais coisas e tenho mais experiencia para me ajudar a prever possíveis resultados para minhas ações. Mas, como cada experiência é única, embora os resultados possam ser estimados com base na experiencia, uma experiencia nunca é igual a outra, o que significa que os resultados também não serão mais do que possibilidades. Continuamos receosos em muitas situações, apreensivos, com dúvidas se é melhor fazer uma coisa ou outra, se estamos fazendo a melhor escolha.

Ao mesmo tempo, olho para os meus sogros, com 70 anos de idade, e me pergunto se hoje, neste momento em suas vidas, eles têm a certeza do que fazer em cada situação para conseguir um resultado A, B ou C. Me pergunto se eles tem certeza absoluta da maioria das coisas, se jã não esperam elogios por um corte de cabelo ou roupa nova, se sentem que já não devem satisfação de seus atos a ninguém. Logicamente eu pensaria que sim, mas baseada em minha experiência, sou forçada a supor que não, que eles têm na idade deles as mesmas inseguranças que eu tinha aos 12, aos 33, e certamente vou ter aos 70.

Talvez, seja assim mesmo que tenha que ser. Talvez a vida em si mesma seja muito criativa e esteja sempre nos apresentando novas situações, de modo que nunca possamos prever totalmente as coisas, nunca possamos nos acostumar com o que vamos viver e possamos ser sempre surpreendidos.

Hoje é Dia da Criança aqui na Argentina, e eu não recebi presente. Mas acho que todos nós deveríamos dar presentes uns aos outros. Pois, em última instância, crescemos, mas continuamos nos sentindo, em muitos aspectos, como nos sentíamos quando éramos crianças: nunca sabemos com 100% de certeza exatamente o que fazer, temos medos, inseguranças e necessidade de aprovação de nossos pais e dos outros. Envelhecemos, mas nunca nos tornamos totalmente independentes e autônomos. Exatamente como as crianças.

Por isso, eu desejo a todos com idade entre 0 a 100 anos um Feliz Dia das Crianças!

¿Cuándo fue que crecimos y dejamos de ser niños?

Hoy es el Día del Niño en Buenos Aires, y con eso de distribuir regalos entre los niños, de decidir quien todavía es niño y tiene que recibir regalo, y quien ya no, pensé en mis Días del Niño en Brasil. Pienso en quién era yo en aquella época y en quien soy ahora y no sé si hay mucha diferencia. Hoy tengo 33 años y cuando tenía 12 tenía tantas inseguridades y dudas acerca de la vida como tengo ahora. Tenía miedo a tomar decisiones, dudaba si estaba eligiendo lo mejor para mi, tenía miedo a arrepentirme, no quería ofrecer mi afecto a alguien que no lo valorara, quería que me miraran si me ponía una ropa nueva o si tenía un nuevo corte de pelo... y hoy sigo sintiendo exactamente de la misma forma respeto a esas cosas.


Cuando era una nena, pensaba que en la adultez todo sería diferente. En primer lugar, pensaba que ya no tendría que pedir permiso a nadie para hacer lo que quisiera, y eso era lo que más envidiaba de la vida de los adultos. Creía que al alcanzar la mayoridad, haría lo que me pareciera sin pedirle permiso a nadie, usando tan solo mi juicio para decidir lo que está bien, lo que no está. Yo siendo la única a decidir sobre mis propios actos. Espere tanto por este momento solo para descubrir que, con crecer, dejamos de necesitar el permiso de nuestros padres, pero seguimos teniendo una centena de "padres" plasmados en el mundo real y en nuestro mundo simbólico a quienes pedimos permiso: el jefe en el trabajo, el profesor del posgrado, el marido, los hijos, los suegros... Sobre todo, nuestra consciencia! Sí, porque cuando no podemos compartir con los padres la responsabilidad de lo que hacemos ("lo hice porque me lo dejaste"), nos quedamos tan solo con nuestra propia consciencia a rendir cuentas. Y si nos mandamos una macana, es ella quien nos va a apuntar el dedo y decir "que estúpida que fuiste", y quien nos va a poner en penitencia. Cuando teníamos nuestros padres para hacerlo, era más fácil porque nos enojábamos con ellos y ya fue. Cuando la cuenta la rendimos con nosotros mismos, necesitamos una buena dosis de amistad y generosidad hacia uno mismo para poder perdonarnos y aceptar nuestra imposibilidad de hacerlo a todo perfecto.

Ahora no tenemos a nuestros padres para decirnos que hacer. Pero la verdad es seguimos necesitando su aprobación a cada paso del camino. Si, aun que no nos aprueben, haremos igualmente lo que nos parece que tenemos que hacer. Pero hacer las cosas con su bendición nos hace mucho más feliz, y ayuda a que, si mañana o pasado el resultado de nuestros actos no sale según lo esperado, el dolor del "fracaso" no es tan fuerte, al final, hasta nuestros padres estaban de acuerdo!

No les pedimos permiso, pero vivimos pidiendo permiso vida afuera. La autoridad ahora está distribuida socialmente, representada en distintas personas. Y me pregunto si hoy en día no la pasamos pidiendo permiso a más personas que cuando los únicos a quienes rendíamos cuenta eran nuestros padres.

También cuando era nena pensaba que siempre sabría que hacer en qué situación. Terrible engaño! Por ahí en la adultez ya vivimos más cosas y tenemos más experiencia, para ayudarnos a predecir posibilidades de sucesos de nuestra acción en el futuro. Pero como cada experiencia es única, aunque podamos estimar sucesos basados en la experiencia, un resultado nunca es igual al otro, lo que significa que siempre tenemos miedo, aprensión, dudas si es lo mejor, si va a salir bien, si estaremos haciendo la mejor elección.

Al mismo tiempo miro a mis suegros, con 70 años cada uno, y me pregunto si hoy, a esa altura de sus vidas, ellos están seguros de que hacer en cada situación para obtener un resultado A, B o C. Me pregunto si están absolutamente seguro de la mayoría de las cosas, si ya no esperan que se les note un corte de pelo o una ropa nueva, si sienten que ya no deben satisfacción de sus actos a nadie más. Por lógica creería que sí, pero con base en mi experiencia desde nena hasta ahora, soy obligada a suponer que no, que ellos, a los 70 años, tienen las mismas inseguridades que yo a los 12, yo a los 33, y seguramente que tendré yo a los 70.

Por ahí, es así como deba de ser. Quizás la vida en si misma es demasiado creativa, y esta siempre presentándonos nuevas situaciones, de forma que nunca la podamos predecir por completo, que nunca nos acostumbremos totalmente a lo que va a venir y para siempre sorprendernos.

Hoy es el Día del Niño acá en Argentina, y yo no recibí regalo. Pero pienso que todos nos deberíamos hacer regalos los unos a los otros. Porque, en definitiva, crecimos pero seguimos sintiendo como cuando éramos niños: no sabemos exactamente que saber en cada situación dada, tenemos miedos, inseguridades y necesitamos aprobación de nuestros padres y de los demás. Envejecemos, pero nunca somos de todo independientes ni autónomos. Como tampoco lo son los niños.

Así que les deseo a todos los que tienen de 0 a 100 años un muy feliz Día del Niño!

jueves, 5 de agosto de 2010

Una historia como tantas otras....

Sí ella tuviera el derecho a una última (o única) pregunta, después de tanto tiempo, ella lo miraría a los ojos y le preguntaría que lo llevo para lejos de ella.

El tiempo pasa – “guau, cuánto tiempo ha pasado!”, ella piensa – y ambos siguen sin cualquier noticia el uno del otro, sin saber como están, como andan sus vidas, sus trabajos… Su cumpleaños se acerca! Habrá él viajado, ¿como hacía todos los años? ¿Estará viviendo su tan temido infierno astral? “Sí yo lo llamara hoy, ¿consideraría él eso parte de su infierno astral?", ella se pregunta. No sabe la respuesta. Tampoco quiere saberla. Prefiere no arriesgarse…

Mientras maneja su auto, ella se pierde en su pasado. Se acuerda de él, de su temperamento explosivo que tanto hacía que ella se enojara, personificando un niño tonto, contrariado, caminando de un lado a otro, pasando las manos por el pelo canoso – que aparentaba una madurez negada por el propio comportamiento – y que no quería charlar siempre que algo ocurría fuera de sus planes.

Uma história como tantas outras...

Se ela tivesse o direito a uma última (ou única) pergunta, depois de tanto tempo, ela o olharia nos olhos e lhe perguntaria o que levou para longe dela.

O tempo passa - "nossa, quanto tempo já passou!", ela pensa - e os dois continuam sem qualquer notícia um do outro, sem saber como estão, como andam suas vidas, seus trabalhos... O aniversário dele tá chegando! Terá ele viajado, como fazia todos os anos? Estará vivendo o seu tão temido inferno astral? "Se eu o procurasse hoje, ele consideraria isso parte do seu inferno astral?", ela se pergunta. Não sabe responder. Nem quer. Prefere não se arriscar...

Enquanto dirige o carro, ela se perde em seu passado. Lembra-se dele, do seu jeito explosivo que tanto a irritava, personificando um menino bobo, contrariado, andando de um lado para o outro, passando a mão entre os cabelos grisalhos - que aparentavam uma maturidade negada pelo próprio comportamento - e que não queria conversar sempre que algo acontecia fora dos seus planos.

Acabou que ela aconteceu fora dos seus planos. Chegou e se acomodou em um espaço vago, que ele não se conformava que estivesse vago ("a vida tem que ser mais do que isso!"), que ele andava louco pra que fosse ocupado por alguém, mas tinha que ser alguém que atendesse a alguns pré-requisitos básicos. Nem precisava ser tudo aquilo que ele via nela - tanta beleza, sensualidade, sexualidade, carência! "Palas-Atenas", ele teria dito uma vez! Bastava ser sexualmente interessante, inteligente e, principalmente, disponível! Não que não tivesse um namorado, ou mesmo marido, mas filhos??? Como assim linda desse jeito e com filhos??? Mulheres com filhos nunca são tão lindas!! Como se atrevia ela a surgir do nada em sua vida para invalidar esta regra?

Foi aqui, neste ponto do caminho, que seus sonhos se quebraram e ele se envolveu com tudo aquilo que não se encaixava em seu planejamento. Até porque ele nem queria uma mulher tããão linda para ser sua! Dá muito trabalho, muita preocupação e o tira do lugar onde ele precisa estar sempre: no controle da situação!

Mas é dificil dizer não a tudo aquilo com que sonhamos jamais ser possível... Por que tinha que ter um preço a pagar? Por que ela não podia ser perfeita, chegar "pronta"? Por que tinha que ser tão mal vista e mal falada, com uma imagem tão pouco clara dentro do grupo de pessoas com o qual ele passava a maior parte do tempo? Como assumir para si mesmo que era exatamente tudo aquilo que fugia do seu estereótipo de mulher ideal que ele queria? Como se olhar no espelho e aceitar que não dá para viver aquele sonhado romance sem pagar um preço mínimo por isso?

Aí, um belo dia, numa dessas curvas do destino (numa daquelas parecida com a que eles se encontraram), o carro que seguia logo a frente dele desapareceu do seu campo de visão. Ela, por sua vez, olhou no retrovisor e não viu mais aquele par de faróis que a seguia. Continuou dirigindo, esperando que ele reaparecesse no espelho, enquanto ele continuava procurando o carro dela.

Depois de algum tempo procurando e se perguntando como podiam ter se perdido um do outro dessa forma, em uma simples curva, começaram a se questionar se tudo não teria sido apenas um sonho que tiveram e do qual acordaram com os corações marcados pela nítida sensação de haver sido real.

Confusos e sem resposta, continuaram seguindo seus caminhos, dirigindo... "Para onde estávamos indo mesmo?" Ah, isso!!! Era exatamente isso que estavam tentando descobrir quando se encontraram: pra onde estavam indo!

E continuaram buscando essa resposta enquanto justificavam as escolhas que haviam feito até ali, usando argumentos lógicos para provar que os caminhos escolhidos foram os melhores, apesar de todos os resultados concretos de suas escolhas insistirem em mostrar que "lógica" era algo que não se aplicava quando o coração estava em jogo! "Foi o melhor que pude fazer!", repetiam para si mesmos, enquanto tentavam se conformar com o que os seus medos e limitações haviam permitido que eles fizessem de suas vidas.

Apesar disso, lá no fundo, continuavam se perguntando: houve ou nao houve um carro? Teria sido apenas um sonho? Não é possível! Eram tão parecidos e tão diferentes! Tudo era tão sincronico e tão assincronico! Tão perfeito e tão imperfeito! Eram tudo o que mais queriam, e tudo o que mais temiam.

"O que teria sido se não tivéssemos nos perdido naquela curva?" Pensar nisso enquanto olhavam para suas próprias vidas era mais doloroso do que vivê-las tal qual a escolheram, tal qual ela se apresentava, sem questionamentos. Então, se contentaram em dizer que foi melhor assim, pois a verdade era que nunca chegariam a saber o que poderia ter sido, ou se teriam sido capazes de escrever uma história diferente para eles mesmos.

Nunca? Será mesmo? Afinal, o mundo é feito de tantas curvas... Quem sabe, um dia, em alguma outra curva, reencontram aquele carro e têm a chance de se certificar se foi apenas um sonho ou se foi uma história real, interrompida inesperadamente porque começou a ser escrita em um momento impróprio de suas vidas, quando nenhum dos dois tinha condições de lhe dar continuidade ou um final, ainda que não fosse feliz...

domingo, 1 de agosto de 2010

La vida, por si sola, ¿ya no es un regalo?

Constantemente escucho personas discutiendo cuestiones religiosas y muchas de ellas no consiguen entender la vida si no hay un Dios, más allá de todo, que nos observa, nos orienta, nos guía, nos protege. Sin Dios, dicen, no consiguen ver un objetivo mayor para todo eso, para el mundo en que vivimos, un sentido para nuestras vidas.

Eso me lleva a preguntarme: ¿por qué vivimos? Pregunta difícil, para algunos. En una visión bastante simplista, estamos vivos porque nuestros padres así lo decidieron. Podemos ser fruto de un embarazo planeado o no, pero si alguien nos dio la luz, es porque ese alguien, como mínimo, decidió no interrumpir el embarazo. Decidió que naceríamos. Nos eligió. Ya empezamos nuestras vidas siendo elegidos por alguien. Y ser elegido es algo que por si solo ya debería de ser motivo de fiesta. A lo mejor, ahí está la justificación para las fiestas de cumpleaños. ¿No es eso que estamos diciendo cuando festejamos el cumple de alguien? ¿No estamos diciendo “¡que feliz que soy porque naciste!”?

Si bien me parece linda la filosofía de creer en algo superior, si bien me encanta el especial estado de nirvana que algunas personas encuentran en sus creencias, me parece igualmente lindo vivir tan solo por el hecho de vivir, sin otras justificaciones. Me parece lindo aquellos que ven magia en todo lo que tenemos a nuestro alrededor porque creen que todo se origino de un ser superior. Pero, me pregunto, dónde queda el valor mágico de los amigos que hacemos a lo largo de la vida (y que están con nosotros en las buenas y en las malas), de los buenos momentos que compartimos con quienes amamos, de la familia que formamos, de la familia de donde vinimos, de los hijos que tenemos, de nuestros momentos creativos, ¿de todo aquello que aprendemos conforme vamos viviendo?

Algunos han de preguntarme: "¿y qué te parecen los momentos horribles e injustos que a muchos les toca vivir sin encontrar en sus propias vidas la justificación para ellos?" Creo que momentos horribles e injustos pasan a personas buenas, asi como momentos lindos y maravillosos pasan a personas no tan buenas, ¡y eso es terrible! Pero es justamente ese "no saber" que hace (o debería hacer) que vivamos la vida más intensamente. Es cierto que mucha cosa de la vida todavia queda sin respuesta, que no todo es pasible de explicación, y es acá en donde (para la mayoria) entra Dios. Pero… algun dia la lluvia también fue algo inexplicable, atribuible a una rebeldía de los dioses, y hoy sabemos que la lluvia resulta de un proceso, lo que solo nos fue dado a conocer mucho tiempo después de la primera lluvia. No todo podemos conocer, todavía. Asi como de a poco nos vamos descubriendo a nosotros mismos, de a poco vamos desvendando la magia de la vida. Y, a pesar de los malos momentos que muchas veces nos toca vivir injustamente, en aquellos momentos en que nos reunimos, sea en fiestas de cumpleaños, reuniones, fiestas conmemorativas, en que estamos con aquellos a quienes amamos, todo que vivimos de malo queda olvidado, por lo menos por un par de horas, y en esos momentos todo vale la pena. Somos capaces de reinventarnos todo el tiempo, y eso es mágico para mi.

Como seres pensantes, necesitamos explicar todo lo que tenemos a nuestro alrededor. Pero… que aburrido seria poder comprender todo! Por eso, me parece genial que todavía no podamos y que nunca lleguemos a comprender todo en nuestro periodo de vida. Es verdad que no podemos vivir con la incertidumbre todo el tiempo, que algo de seguridad necesitamos, pero es también este deseo que tenemos de controlar todo (y nunca llegar a lograrlo) que genera tantas enfermedades por ansiedad, estrés, etc. El desconocido nos asusta. La muerte nos aterra. Necesitamos encontrar algo que explique el “después de acá”. ¿Cómo explicar que perderemos nuestros afectos, que dejaremos para tras aquellos a quienes amamos algún día? ¿Y todas aquellas cosas que quisiéramos haber hecho y nunca llegamos a hacer porque algo se interpuso en nuestro camino inesperadamente, en el camino que estábamos trillando? ¿Cómo explicar todo eso? ¡No explicamos! Y justo por eso creo que cada momento aqui y ahora tiene que ser valorado a su maximo, porque el aqui y el ahora es lo único que realmente tenemos. ¿Qué diferencia hace lo que viene despues? ¿Y si después no viene nada? Habremos vivido una vida en función de ese después cuando podríamos haber estado ocupados con el hoy. Al final, si hay un después, este será tanto mejor cuanto hayamos vivido bien el hoy, con nosotros mismos y con los demás, con nuestra consciencia. ¿O no?

Y ahí viene otra pregunta: ¿y si vivemos bien el hoy y el ahora, y todo eso se llegara a perder por una inexplicable injusticia? ¿Cómo convivir con las injusticias sin creer que hay un Dios por detrás, conduciendo todo, y haciendo justicia a su própio modo? No lo se. Pero pienso que nada se pierde realmente, porque todo lo que hacemos, lo hacemos por otra persona, con otra persona y, en ultima instancia, lo hacemos por uno mismo. Y cuando hacemos algo por uno mismo, nos tornamos personas mejores con y para los que están a nuestro alrededor. Luego, nada se pierde jamas! ¡Todo es una construcción! Lo bueno y lo malo que hacemos a los demás es una construcción de nuestra propia vida, de nuestra propia historia, de la cual no tenemos como escapar, con la cual tendremos que convivir. Porque tenemos memoria, porque los otros tienen memoria, y a través de la memoria de ellos somos eternizados. Por eso, creamos vínculos, vivimos en sociedad. Y son esas personas de nuestra historia que van recontar en el futuro lo que hicimos y lo que vivimos, con sus própias palabras, van construir con nosotros nuestro camino. Queremos controlar todo, pero ni siquiera de nuestra historia somos dueños! No tenemos amigos ni conocidos ni compañeros: tenemos testigos de viaje. Con ellos, vamos dejando rastros de lo que fuimos, de lo que vivimos, de lo que sentimos, de aquello en lo que nos volvimos… ¿Hay algo mas increíble y mágico que eso?

“¿Pero y la fe? ¿Cómo se vive sin fé?” En general, se asocia fe a algo superior, a algo que nos supere, que nos atraviese, que no expliquemos, y que pueda explicar todo aquello que se nos escapa a la comprensión. Pero tener fe es simplemente creer. ¿En que crees? En distintos momentos de la vida creemos en distintas cosas: en la selección en época de Mundial, en el proyecto que creamos, en algo que nos cuentan, en la capacidad de una relación de atravesar tempestades, en un trabajo… Podemos creer en cualquier cosa, no necesariamente en lo inexplicable. Fe no pasa por tener o no una religión. Pero la religión si depende de la fe.

Independiente de mis convicciones religiosas, no puedo dejar de pensar que la vida por si sola ya es una dádiva que merece nuestra alegría y reverencia. No consigo dejar de preguntarme si mientras buscamos cosas que están mas alla de nuestra comprension en las cuales creer no nos estamos perdiendo oportunidades de creer en cosas, personas, proyectos que están bien en frente a nuestros ojos, al alcance de nuestras manos. Me pregunto si vivir una vida en Dios, y con Dios (si es que Él existe), no es vivir una vida en donde cada momento es vivido en su plenitud. Si existe un Dios, creo que a Él le gustaría que cada uno fuera feliz consigo mismo y con sus elecciones 100% del tiempo, porque cuando elegimos lo mejor para uno, consecuentemente estamos eligiendo lo mejor para todos. No creo que exista felicidad colectiva en donde hay infelicidad individual. No creo en sacrificios personales por el bien de una colectividad mayor, porque creo en el ejemplo. Es a través del ejemplo que enseñamos a nuestros hijos, que aprendemos de nuestros padres. Por eso, cuestiono la metáfora de la cruz, en donde se sufre para salvar la humanidad. Ese fue el ejemplo que nos quedo de un ser divino, lo que (creo) la mayoria de las veces nos dificulta la aceptación de la felicidad, de que nos es permitido ser feliz. De la misma manera, no creo que el todo puede estar infeliz cuando estamos felices con uno mismo, porque cuando existe satisfacción personal, somos personas mejores para los demás. ¿Estare equivocada?

Dejando cuestiones polémicas de lado, que tal si intentáramos, solo por hoy, como una prueba, un ejercício, valorizar la vida por que ella es hoy y ahora, sin esperar por confirmaciones de otro mundo de que todo eso tiene un sentido mas grande, ¿o que todo eso vale la pena? ¿Qué tal abandonar solo por un minuto la idea de que tenemos que cargar nuestra cruz para llegar a algo mejor e intentar hacer el camino inverso: ¿ir desde el “egoísmo” de permitirse ser feliz hacia el altruismo de ver un mundo de personas más felices? ¿Quien sabe funciona? A nuestro alredor podemos encontrar un millón de motivos, todos los días, todos los momentos, que nos comprueban que todo sí vale la pena. Solo depende de uno, y de como uno elige vivir cada momento. ¿No dicen por ahí que para hacer un mundo mejor tenemos que comenzar mejorándonos a nosotros mismos? Entonces… ¡a lo mejor eso también se aplica a que para tener un mundo más feliz tenemos que empezar por ser felices nosotros mismos! ¿Quien sabe?

A vida, por si mesma, já não é um presente?

Constantemente escuto as pessoas discutindo questões religiosas e muitas delas não conseguem entender a vida se não houver um Deus, acima de tudo, que nos observa, nos orienta, nos guia, nos protege. Sem Deus, dizem, não conseguem ver um objetivo maior para tudo isso, para o mundo que vivemos, um sentido para nossas vidas. Isso me leva a me perguntar: por que vivemos? Pergunta difícil, para alguns, capiciosa. Em uma visão bastante simplista, estamos vivos porque nossos pais assim decidiram. Podemos ser fruto de uma gravidez planejada ou não, mas se alguém nos deu à luz, é porque esse alguém, como mínimo, decidiu não interromper a gravidez. Decidiu que nasceríamos. Nos escolheu. Já comecamos nossas vidas sendo escolhidos por alguém. E ser escolhido é algo que, por si só, já deveria ser motivo de festa. Talvez aí esteja a justificativa para as festas de aniversário. Nao é isso que estamos dizendo quando festejamos o aniversário de alguém? Não estamos dizendo “que bom que voce nasceu!”?

Se bem acho bonita a filosofia de crer em algo superior, se bem acho especial o estado de nirvana que algumas pessoas encontram em suas crenças, acho igualmente lindo viver por si só, sem outras justificativas. Acho lindo aqueles que veem mágica em tudo que nos rodeia porque creem que tudo se originou de um ser superior. Mas, me pergunto, onde fica o valor mágico dos amigos que fazemos ao longo da vida (e que estão ao nosso lado para as coisas boas e para as coisas ruins), dos bons momentos que compartilhamos com quem amamos, da família que formamos, da família de onde viemos, dos filhos que temos, dos nossos momentos criativos, de tudo aquilo que aprendemos conforme vamos vivendo?

Alguns me perguntarão: e o que você acha dos momentos horríveis e injustos que muitas pessoas vivem sem encontrar em suas próprias vidas a justificativa para isso? Acho que momentos horríveis e injustos acontecem com pessoas boas, assim como momentos lindos e maravilhosos ocorrem para pessoas não tão boas, e isso é péssimo. Nos deixa "no escuro", não sabemos o que esperar do momento seguinte. Por outro lado, é justamente esse "não saber" que faz (ou deveria fazer) com que vivamos o momento presente com mais intensidade. É verdade que muita coisa na vida ainda nao tem resposta, que nem tudo é passível de explicação, mas… algum dia a chuva também foi algo inexplicável e, para explica-la, algum dia atribuímos o fato de chover a uma rebeldia dos deuses. Hoje em dia sabemos que nao é assim, mas só descobrimos isso muito tempo depois da primeira chuva. Nem tudo podemos conhecer, ainda. Assim como aos poucos vamos descobrindo a nós mesmos, aos poucos vamos desvendando a magia da vida. E, apesar dos maus momentos que muitas vezes nos toca viver injustamente, naqueles momentos em que nos reunimos, seja em festas de aniversário, em reuniões, em festas comemorativas, em que estamos com aqueles que amamos, tudo que vivemos de ruim fica esquecido, pelo menos naquelas poucas horas, e naqueles momentos tudo vale a pena. Somos capazes de nos re-inventar todo o tempo! E isso, pra mim, é mágico!

Como seres pensantes, necessitamos explicar tudo que nos rodeia, e é aí que Deus entra na história. Mas… que entendiante seria poder entender tudo! Onde ficaria o misterio? Por isso, acho genial que ainda não possamos e que talvez nunca cheguemos a entender tudo durante a nossa vida. É verdade que não podemos viver com a incerteza todo o tempo e a respeito de tudo, mas também é verdade que é esse desejo que temos de tudo conhecer, e tudo controlar (e nunca conseguir), que nos gera tantas doenças por ansiedade, estresse, etc. O desconhecido nos assusta. A morte é aterradora. Necessitamos encontrar algo que explique o “depois daqui”. Como explicar que perderemos nossos afetos, que deixaremos para tras aqueles que amamos algum dia? E aquelas tantas coisas que queríamos ter feito e não tivemos a chance, a oportunidade, porque algo inesperado interrompeu nosso caminho, o caminho que estávamos trilhando? Como explicar tudo isso? Não explico. Mas justo por isso creio que cada momento aqui e agora tem que ser valorizado ao máximo, cultuado, porque o aqui e o agora é a única coisa que realmente temos. Que diferença faz o que vem depois? E se nao vier nada depois? Teremos vivido uma vida em função desse depois quando poderíamos ter estado ocupados com o hoje. Afinal, se houver um depois, ele será tanto melhor quanto houvermos vivido bem hoje, com a gente mesmo, com os outros, com a nossa consciencia. Ou não?

E aí vem outra pregunta: e se vivemos bem o hoje e o agora, e tudo isso for perdido por uma inexplicável injustiça? Como conviver com as injustiças sem acreditar que há um Deus por trás, conduzindo tudo, e fazendo justiça a seu próprio modo? Não sei. Mas penso que nada se perde realmente, porque tudo que fazemos, fazemos por outra pessoa, ou com outra pessoa e, em última instância, fazemos também por nós mesmos. E quando fazemos por nós mesmos, nos tornamos pessoas melhores com e para os que estão a nossa volta. Logo, nada se perde jamais! Tudo é uma construção! O bom e o ruim que fazemos aos outros é uma construção da nossa própria vida, da nossa própria história, da qual não temos como escapar, com a qual teremos que conviver. Porque temos memória, porque os outros tem memória, e através da memoria deles somos eternizados. Por isso criamos vínculos, vivemos em sociedade. E são essas pessoas da nossa historia que vão recontar no futuro o que fizemos e o que vivemos com suas próprias palavras, vão construir com a gente o nosso caminho. E se eles recontam a nossa historia com suas palavras, isso significa que nem da nossa história somos donos. Entao.. pra que tentar controlar? Não temos amigos, conhecidos ou companheiros: temos testemunhas da nossa viagem. Com eles, vamos deixando rastros do que fomos, do que vivemos, do que sentimos, daquilo que fomos nos tornando… Há algo mais incrivel e mágico do que isso?

“Mas e a fé? Como se vive sem fé?” Em geral se associa a fé a algo superior, a algo que nos supere, que nos atravesse, que não expliquemos, e que possa explicar tudo aquilo que escapa a nossa compreensão. Mas ter fé é simplesmente acreditar. Em que você acredita? Em distintos momentos da vida acreditamos em distintas coisas: na seleção em época de Copa, no projeto que criamos, em algo que nos contam, na capacidade de uma relação de atravessar tempestades, num trabalho… Podemos acreditar em qualquer coisa, não necesariamente no inexplicável. Fé não passa por ter ou não uma religião. Mas a religião necessariamente depende da fé.

Independente das minhas convicções religiosas, não posso deixar de acreditar se a vida por si só já é uma dádiva que merece a nossa alegria e reverência. Não consigo deixar de me perguntar se enquanto buscamos coisas acima da nossa compreensão nas quais acreditar não estamos perdendo oportunidades de acreditar em coisas, pessoas, projetos que estão bem diante dos nossos olhos, ao alcance das nossas mãos. Me pergunto se viver uma vida em Deus, e com Deus (se é que Deus existe) não é viver uma vida onde cada momento é vivido em sua plenitude, valorizando o momento presente. Se existe um Deus, creio que ele gostaria que cada um fosse feliz consigo mesmo e com suas escolhas 100% do tempo, porque quando escolhemos o que é melhor para gente, consequentemente estamos escolhendo o que é melhor para todos. Não acredito que exista felicidade coletiva onde há infelicidade individual. Não acredito em sacrificios pessoais pelo bem de uma coletividade maior, porque acredito no exemplo. É com o exemplo que ensinamos aos nossos filhos, que aprendemos de nossos país. Por isso, questiono a metáfora da cruz, onde se sofre para salvar a humanidade. Esse foi o exemplo que nos foi dado por um ser divino, e hoje em dia creio que isso faz com que muitas vezes tenhamos dificuldades em aceitar a felicidade, em abandonar esse exemplo. Da mesma maneira, não acredito que o todo pode estar infeliz quando estamos felizes com a gente mesmo, porque quando existe satisfação pessoal, somos pessoas melhores para os demais. Estarei equivocada?

Deixando questões polêmicas de lado, que tal se tentássemos, só por hoje, como um teste, um exercicio, valorizar a vida pelo que ela é agora, sem esperar por confirmações do outro mundo de que tudo isso tem um sentido maior, ou que tudo isso vale a pena? Que tal abandonar só por um minuto a idéia de que temos que carregar a nossa cruz para chegar a algo melhor e tentar fazer o caminho inverso: ir do “egoísmo” de permitir-se ser feliz para chegar ao altruísmo de ver um mundo de pessoas mais felizes? Quem sabe funciona? Ao nosso redor podemos encontrar um milhão de motivos, todos os dias, todos os momentos, que nos comprovam que tudo sim vale a pena. Só depende da gente, e de como a gente escolha viver cada momento. Não dizem por aí que para fazermos um mundo melhor temos que começar melhorando a nós mesmos? Então… de repente, isso também se aplica a que para termos um mundo mais feliz temos que começar a ser felizes nós mesmos! Quem sabe?